PERNAMBUCO, Governo cobra metas e cancela férias na polícia.

PACTO PELA VIDA


Medida afeta cerca de 2,5 mil policiais que atuam em áreas que não atingiram meta de redução de homicídios

Policiais tiveram férias suspensa / Foto: Guga Matos/JC Imagem

Policiais tiveram férias suspensa

Foto: Guga Matos/JC Imagem

Sem conseguir atingir a meta de redução de homicídios e com o aumento de crimes contra o patrimônio, como assalto a ônibus, o governo do Estado decidiu contra-atacar com uma medida polêmica. Em portaria publicada nesta quarta-feira (30), no Diário Oficial do Estado e assinada pelo secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, o Executivo suspendeu as férias e licenças de policiais militares, civis e bombeiros em dezembro.

A medida atinge principalmente cargos comissionados, comandantes e delegados, mas também cabos e soldados das Áreas Integradas de Segurança que não atingiram a meta de 12% na redução de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) - homicídios, latrocínios e assaltos seguidos de morte. Isso significa cerca de 2,5 mil policiais.

A decisão é uma forma de pressionar, principalmente, os gestores do Pacto pela Vida, a reduzir os índices de violência no Estado. Isso porque, depois de três meses diminuindo o número de CVLI, há indícios de que o número de assassinatos em novembro ultrapassou o número de notificações feitas no mesmo período do ano passado.

Em novembro de 2010 foram registrados 244 crimes desse tipo. Este ano, até o dia 25, haviam sido contabilizados 239 assassinatos, de acordo com dados divulgados no site da SDS. Mas como a média diária do mês é de nove homicídios, é provável que o mês tenha terminado mais violento que o do ano passado.

A suspensão das férias não agradou as entidades que representam os policiais do Estado. Para o presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco, Flaubert Queiroz, a medida é ilegal e há a possibilidade de acionar a justiça. A Associação dos Cabos e Soldados (ACS) também deve seguir a mesma linha.

O secretário Wilson Damázio reconhece que o mês de novembro foi "difícil" em relação à violência, mas garantiu que a decisão de suspender as férias é em "prol da sociedade pernambucana".

"O mês de dezembro, historicamente, é mais violento. Então, vamos entrar com carga total para reduzir os índices de violência. E tenho certeza que os policiais pernambucanos não vão nos abandonar. Cerca de 2,5 mil policiais estavam com férias marcadas para dezembro. Isso é o equivalente a 12% do nosso efetivo operacional. E trata-se de uma medida que já realizamos antes, no Carnaval e no meio do ano", ressaltou Damázio.

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