Neste domingo houve um protesto em Copacabana contra as prisões dos líderes





Marcelo Bastos/R7
Manifestantes pediram a libertação dos presos em Copacabana

Bombeiros e policiais militares e parte dos policiais civis vão permanecer emgreve pelo menos até a próxima segunda-feira (13). Durante uma manifestação pela libertação dos líderes do movimento grevista presos, na praia de Copacabana, neste domingo (12), ficou decidido que uma nova assembleia vai definir se a paralisação será mantida ou suspensa.

Cerca de 400 pessoas se reuniram com camisetas, faixas e cartazes em protesto pelas prisões dos militares e pena manutenção deles no presídio de Bangu 1, na zona oeste, e não em unidades prisionais militares. Uma das representantes do movimento, Cristiane Daciolo disse que o marido, o cabo Benevenuto Daciolo, principal líder dos bombeiros grevistas, está sem comer há cinco dias.

- Ele está em uma cela de quatro metros quadrados, sem comer desde que foi preso, apenas bebe água porque está angustiado. Ele é um homem de bem e foi preso de forma arbitrária. O movimento foi enfraquecido, mas nós não vamos parar.

Cristiane disse que na próxima terça-feira (14) vai se reunir, em Brasília, com a comissão de Segurança Pública da câmara dos deputados para tentar um encontro com a presidente Dilma Roussef para pedir anistia aos militares presos, além da transferência para presídios militares.

Para o ex-deputado federal Babá (Psol), a prisão dos líderes provocou um terror nas categorias e, por isso, o número de manifestantes no protesto foi considerado baixo. A deputada estadual Janira Rocha (Psol), que foi flagrada em interceptação telefônica conversando com Daciolo sobre a greve no Rio e na Bahia mantém a mesma opinião.

- Houve uma operação desmonte. Houve a criminalização dos grevistas, grampo telefônico fraudulento e uma pressão política dentro dos quartéis. O número de presos também não bate com o que tem sido divulgado oficialmente. Temos informações de mais de 800 presos. Estão colocando uma tampa em uma panela de pressão que vai explodir a qualquer momento.

O sargento Paulo Edson Nascimento, que teve a prisão temporária decretada disse que iria se apresentar no quartel de Nova Iguaçu assim que a manifestação terminasse. Ele estava acompanhado da mulher e dos filhos.

- Eu não tenho porque fugir, mas a minha missão era estar aqui hoje. 

Sindicatos de policiais civis divididos

Presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), Fernando Bandeira criticou os colegas do Sindpol, que também representa a categoria, por suspenderem a greve sem uma assembleia com a categoria.

- A greve por parte dos policiais civis não acabou. O que eles fizeram foi uma traição. Eles deve ter feito algum acordo com a chefia de polícia. Chegaram a sugerir que eu saísse do comando do sindicato porque estaria desgastado. Eu não vou sair. A greve está mantida.

O presidente da Associação do Samu do Estado do Rio de Janeiro, Leandro Santos Vabo, disse que o serviço está operando com apenas 30% da capacidade porque, em 2008, todos os funcionários do serviço foram substituídos por bombeiros.

Equipe da TV Globo foi hostilizada

Durante a manifestação em Copacabana, uma equipe de reportagem da TV Globo foi hostilizada por um grupo de aproximadamente cem pessoas. Aos gritos de “fora Globo”, eles seguiram a equipe até o carro da emissora e atiraram garrafas, latinhas, entre outros objetos no veículo. Ninguém ficou ferido.
 
fonte:Marcelo Bastos, do R7 

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