Polícia Militar encerra greve na Bahia

Durou 12 dias o motim da PM baiana. Já sem fôlego, acabou ontem, às 20h30, após assembleia da categoria no Sindicato dos Bancários, nos Aflitos. A decisão foi tomada pela cúpula do movimento horas antes, na casa do deputado estadual Capitão Tadeu (PSB).

Após 12 dias em movimento, policiais militares amotinados, decidiram em assembleia fechada retornar aos postos de trabalho

De frente para cerca de mil policiais, um dos líderes do movimento, soldado Ivan Leite, tratou de justificar a medida. “Já viu greve com viatura na rua? Estávamos trabalhando e cada dia mais desistimos da luta”, constatou, referindo-se aos policiais que decidiram voltar a trabalhar na quinta-feira, após o comandante geral da PM, coronel Alfredo Castro, ter ordenado o retorno das atividades, sob pena de corte do ponto. A gente tem chance de sair da cabeça erguida. Neste momento, não cabe intransigência, já mostramos quem é o intransigente da história”, completou Leite, em crítica ao governo do estado. 

Convencida, a tropa gritou “a PM parou”, não mais como sinal de que manteria a greve, mas como um mantra, uma forma de saudação. Logo em seguida, o ginásio entoou o “A PM voltou” e os policiais retomaram os trabalhos. 

“Decidimos em favor da sociedade, de nossas famílias, que estavam sofrendo”, destacou o soldado Leite. Segundo ele, as negociações para que o pagamento das gratificações tenha o prazo reduzido e o pedido de relaxamento da prisão dos 12 líderes da greve continuarão sendo negociados com o governo. “Se não, voltamos a parar de novo”, ameaçou. “Pouco me importa o prejuízo dos empresários do Carnaval, mas a gente está preocupado com quem vai para rua e sabemos que o Carnaval gera muito emprego”, ponderou.

Grevistas aceitaram acordo que o governo tinha proposto

O coronel Castro comemorou o fim da greve e ressaltou que manterá abertas as negociações com a categoria. Segundo ele, pontos da pauta de reivindicações estão sendo estudados pelo governo, como a criação do auxílio-acidente. Quanto ao pagamento das gratificações fracionadas até 2015, o comandante ponderou: “Sei que não é o ideal, mas é o real e concreto”. Segundo Castro, as faltas ao trabalho de sexta e de ontem serão descontadas como faltas normais, e não serão interpretadas como crime de adesão à greve, previsto no Código Militar.

Castro afirmou que se reunirá com o comandante da operação do Exército, general Gonçalves Dias, para discutir o fim do uso das Forças Armadas no policiamento. Mas, segundo Castro, mesmo com o fim do motim, provavelmente o Exército e a Guarda Nacional devem participar do policiamento no carnaval. “Poderemos precisar”, disse.

Reajuste
 de 6,5% retroativo a janeiro deste ano. 
Gratificação Policial IV (GAP IV) terá pagamento parcelado a partir de novembro (70% do total ) e 30% em abril de 2013.
Gratificação Policial V (GAP V) a ser parcelada a partir de março de 2013 até 2015.
Não haverá revogação dos mandados de prisão dos policiais e bombeiros suspeitos de ações violentas durante o motim. A Justiça determinou que 12 líderes do movimento deveriam ser presos. Até ontem, tinham sido presos  o líder dos grevistas Marco Prisco,  Antônio Paulo Angeline e a sargento Jeane Batista, que não estava na lista, mas foi presa ao ser flagrada tentando articular a invasão de um batalhão. Ontem, a Polícia Federal estava em Ilhéus tentando prender outro líder, Augusto Júnior

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