A quem cabe pacificar a sociedade?

A “Polícia Pacificadora” é, com méritos, a moda do momento. Na Bahia foi implantada a Base Comunitária de Segurança. O que é elogiável e por isso mesmo, a título de aperfeiçoamento, contribuo com alguns comentários:
O termo polícia significa uma corporação empregada para manter a ordem. Pacificar significa restituir a paz. Assim, qualquer polícia na sua essência tem a paz como objetivo. Desse modo, todas as polícias devem ser pacificadoras. O que torna uma redundância a expressão polícia pacificadora, embora com forte apelo de marketing. Acertadamente, a PMBA utilizou a expressão Base Comunitária de Segurança.
Outra questão é que a pacificação da sociedade não deve caber só à polícia, pois se assim o fosse estaríamos num Estado Policial.
Acredito na “Polícia Pacificadora” ou Bases Comunitárias de Segurança, mas sozinha ela apenas amenizará a violência no local que estiver implantada. Se no Sistema de Defesa Social a polícia é apenas uma instituição, dentre várias, porque apenas a “Polícia Pacificadora”? Por que não se pensa na “Família Pacificadora”? Na “Escola Pacificadora”? No “Esporte Pacificador”? Na “Cultura Pacificadora”? Na “Justiça Pacificadora”? Todos atuando juntos para a pacificação da sociedade. Afinal, a Cultura da Paz deve ser um anseio de todos!
Na verdade, Polícia, Polícia Pacificadora, Polícia Comunitária, Rondas no Bairro, Base Comunitária de Segurança são rótulos de uma mesma polícia, onde se busca implementar formas diferentes de atuação policial. Só para lembrar, em 1997 a PMBA implantou em alguns bairros de Salvador um modelo parecido com o atual (CIPM – Polícia Comunitária), com bons resultados, até o referido projeto ter sido abandonado. Assim, a PMBA foi pioneira no Brasil. Independente do rótulo que se queria usar, o que precisamos é de uma “reengenharia” em todos os órgãos de proteção social, para tornar todo o “Estado Pacificador”.
Resumindo: Parabéns pela “Polícia Pacificadora” ou Base Comunitária de Segurança. Visando aprimorar a boa ideia, proponho, também, a implantação de Centros de Proteção Social, para atuação conjunta das Polícias Militar, Civil e Técnica, da Defensoria Pública, do Ministério Público, da Justiça Criminal e de Núcleos Prisionais, com suporte das demais áreas sociais, como educação, saúde, lazer, cultura, saneamento, transporte, iluminação pública, esporte, coleta de lixo, pavimentação de vias etc, todos focados em valorizar o Ser Humano.
Por fim, não haverá Polícia Pacificadora se os policiais não estiverem pacificados com os seus próprios problemas sociais, pois sem isso, eles não terão condições emocionais de garantir a paz de todos nós.  


fonte: blog abordagem Polícial

Comentários